Teve uma certa graça, o programa de ontem à noite. A final dos Grandes Portugueses revelou-se um espetáculo de entretenimento e humor: nunca nenhum morto tinha posto os cabelos em pé e os dentes a saltar a ninguém, pelo menos numa sala tão iluminada. Foi giro ver a forma como, num momento, todos saudavam o pós-25 de Abril como o tempo de gradual prosperidade e de verdadeira liberdade. O Estado Novo, segundo estes ilustres, havia sido a época da ignorância do analfabetismo.
Contudo, nos segundos que se seguiram ao anúncio da vitória do Prof. Salazar , o que mais se ouviu dizer é que o país, curiosamente, era um país atrasado, inculto, que não sabe dar valor à liberdade, sendo a vitória de Salazar um protesto contra a actual democracia, o que, seguindo os comentários proferidos, até era compreensível. E o disparate foi tanto que até se ouviu uma ilustre camarada proclamar a inconstitucionalidade da vitória que, pelos vistos, fazia a apologia do fascismo. Calha bem ter sido dito por uma comunista ( defende, pois, um regime que deixou marcas terríveis na história da Europa, pelo desrespeito total dos direitos inalienáveis da Pessoa Humana), horas após ter desvalorizado o programa, alegando que era "só um concurso". Ainda por cima, não me recordo de Portugal ter vivido sob égide fascista, mas isso deve ser porque nasci em 1989.
Uma última coisa: é importante não esquecer que o que estava em causa era um "grande português", e, quanto a isso, julgo que ninguém tem dúvidas que tudo o que Salazar fez foi, em primeiro lugar, para Portugal.
Queremos também acrescentar que, com estes posts, não pretendemos demonstrar nenhuma espécie de tendência "salazarista", ou fascista, pois tal não corresponderia à verdade. Julgamos apenas que a História tem que ser vista com verdade e justiça.